19 setembro, 2007

Pó dos livros

Já abriu, na Av. Marquês de Tomar (n.º 59), em Lisboa, a Pó dos Livros: uma aposta de qualidade (com a marca da editora Tinta da China...), com um bom fundo de catálogo e não apenas títulos recentes, novidades estrangeiras -- e ainda um café para folhear os livros acabados de comprar ou em dúvida para meter no cesto de compras. Boa novidade esta.

2 comentários:

hora tardia disse...

daquelas que se descobrem e se consome....com todo o prazer...


_______________
bom dia.

Anônimo disse...

O lançamento do livro de poesia PEGADAS DE VENTO, prefaciado pelo crítico e poeta António Carlos Cortez, editora Tecto de Nuvens, realizou-se a 12 de Junho 2008.

RASGOS
Cravam-se as garras
da pantera em meu rosto
com o peso das patas descem
até sangrarem os seios
Garras rasgam o rosto
sangrando florescem as fendas
afastadas em sentido oposto
abre-se minha boca felina
Lentamente
meu grito e o da pantera
são o mesmo
meus seios felinos
são brancos e humanos
mas é de predador a dentição
e no fundo dos olhos sangue
um losango
desenha-se
Maciço


----
Pegadas de Vento é a realização de um sonho, a expressão de um amor (edição comemorativa dos meus 15 anos de casamento). Pegadas de Vento é o meu lado poético, íntimo, romântico, contemplativo. É a minha forma de exprimir o meu amor pelo meu objecto amado, mas também de o questionar, interpelar, rebelar, aceitar e recusar.Pegadas de Vento é, para além de tudo o que disse, o meu Mito de Sísifo. Sim, porque para além de eu contemplar a maravilha da Criação, também a temo, também a questiono, também interpelo esse Deus que é Amor encoberto/descoberto. Pegadas de Vento é o meu Mito de Sísifo porque revela o meu lado existencialista, trágico, pondo a descoberto o meu confronto com a precariedade, o meu abismo nihilista, o meu desafio ao Infinito. No Mito de Sísifo, escrito pelos gregos antigos e reescrito por Camus, o Homem é esse ser cuja vida sem sentido apenas reflecte o absurdo da sua existência. Pegadas de Vento exprime esse sentimento de desespero, de absurdo, de existencialismo do Homem que vive a vida por viver, desconhecendo o sentido absoluto da sua existência. No entanto, Pegadas de Vento sabe que, à semelhança de Sísifo, rolamos a pedra ao longo de uma existência finita e absurda, mas ao contrário do herói trágico, é o Amor que dá sentido a tudo isto a que chamamos Vida. É o Amor que nos faz homens que desejam e lutam, ultrapassando assim uma ínfima parte da sua finitude. Não deixa de haver um lamento, um certeza da Morte, qual Cronos, o Deus do Tempo, que devora os próprios filhos... Não deixa, também, de haver a consciência de que neste mito que é a própria humanidade, já tudo foi dito, tudo foi sentido, tudo foi sofrido e tudo foi chorado.Resta-nos, pois o Amor, sim, para além da dor, da dúvida, do luto, da luta, da ausência. O Amor é a forma suprema de afinar a vida. E a poesia, o seu instrumento musical.
Maria João Saraiva de Menezes
Visite-me:
http://educacaoliteraturaecultura.blogspot.com

Sinopse da webbom:
Colectânea de poemas de carácter biográfico. O amor e a paixão são a base desta obra que tem uma dedicatória muito especial. António Carlos Cortez é o autor do prefácio, num livro em que muitos dos poemas foram lidos, avaliados e aprovados por David Mourão-Ferreira.